domingo, 15 de agosto de 2010

Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain


   

Responda rápido: quantas vezes você já ouviu (ou disse) a frase odeio filmes franceses
A não ser que você seja um assíduo freqüentador de mostras de cinema, aposto que a opinião geral do seu círculo de amizades seja a de que o cinema do velho continente é chato, cansativo e cabeça demais. Claro que descarte aí as produções internacionais, do tipo O quinto elemento, O profissional ou Despedida em Las Vegas, todas co-produções França/Estados Unidos. 
    Se esse for o seu caso e a simples idéia de assistir a um filme francês lhe causa ojeriza, talvez seja a hora de tomar uma vacina, preparada, é claro, como todas as imunizações: com uma dose do próprio problema. Agora, se você reconhece a vida cinematográfica fora de Hollywood, prepare-se para saborear um lado dela que há muito não provava. 
    O fabuloso destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin dAmélíe Poulain, 2001) é uma improvável produção de Jean-Pierre Jeunet. Digo isso porque o cineasta é mais conhecido por sombrios filmes de ficção, tais como Delicatessen (idem, 1991), Ladrões de sonhos (La cité des enfants perdus, 1995) e Alien: A Ressurreição (Alien: Resurrection, 1997) - e de sombrio, Amélie não tem nada. 
    Amélie Poulain (Audrey Tatou), é uma jovem que passou toda a sua vida em um completo estado de voyeurismo, observando e acatando as ordens de seus neuróticos pais. Claro que, na vida adulta, carrega toda essa carga anos a fio, simplesmente atravessando sua existência sem maiores dramas - ou amores. 
    É nessa hora que, numa espécie de experimentação da Teoria do Caos, Jeunet introduz na vida de Amélie o evento da morte de Lady Di. Não que a garota fosse uma das devotas da princesa plebéia, mas a simples notícia pela TV faz com que ela se distraia e derrube uma tampa que segurava. O objeto bate na parede e solta um dos azulejos, revelando um compartimento secreto. O tesouro que estava ali será o responsável pela mudança da vida de Amélie, transformando-a numa espécie de super-heroína, cujo único poder é o de engatilhar eventos na vida de todos que a cercam. Não é a toa que Amélie veste-se de Zorro em determinado momento do filme. 
    Apesar da mudança de gênero para Jeunet, seu estilo recheado de ângulos de câmera inusitados, edição rápida e efeitos para manter o dinamismo do filme, continua presente em cada cena. O diretor chega até a repetir a fórmula de uma das melhores passagens de Delicatessen, na qual o som e as vibrações cadenciadas de um casal tendo relações sexuais afetam o ambiente e as pessoas à sua volta. 
    Enfim, com tanta celebração dos pequenos eventos da vida, O fabuloso destino de Amélie Poulain é um daqueles filmes que você deve recomendar à sua mãe, sua tia, seus amigos... Ah, se for levar a cara-metade ou tiver alguém em vista, uma ótima dica: Nenhum casal saiu do cinema sem estar abraçado! Isso eu garanto!
(Fonte Site Omelete)

Nesse momento ouço: Cometa Bus - Colombia Coffee.

Beijos, beijos.

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